E-F

E-F

 

 

 

 

ENDOMETRIOSE


O que é?

Endometriose é uma doença caracterizada pela presença de tecido endométrio (tecido que reveste o útero internamente) fora da cavidade uterina.

 

Como se desenvolve?

A causa exata é desconhecida. Uma teoria sugere que durante a menstruação as células do endométrio passariam através das trompas de Falópio para a cavidade peritoneal abdominal, onde se implantariam. Os locais mais comuns de implantação são os ovários, trompas de Falópio, superfície externa do útero e septo reto-vaginal (área entre a vagina e o reto). Outras teorias sugerem alterações do sistema imunológico e mesmo uma herança genética.

A cada menstruação este tecido endometriótico sangra causando dor pélvica, dor durante a relação sexual, queixas urinárias, intestinais e infertilidade.

 

O que se sente?

Os sintomas mais comuns incluem: 
 

dismenorréia severa (dor pélvica cíclica que ocorre antes e durante a menstruação);
dispareunia (dor durante ou logo após o ato sexual);
dor pélvica crônica;
infertilidade;
sintomas urinários com micções dolorosas;
dor na região lombar baixa (costas);
desconforto abdominal;

 

Como se faz o diagnóstico?

O diagnóstico geralmente inclui uma laparoscopia que é um procedimento cirúrgico ambulatório onde uma câmara é inserida na cavidade abdominal através do umbigo, permitindo identificar as lesões e determinar a extensão da doença. A retirada de um pequeno fragmento de tecido suspeito (biópsia) para a realização de um exame anatomopatológico dará o diagnóstico de certeza.




EDEMA

 

Nome popular:

Inchume.

O volume de líquidos corporais representa 60 a 70% do peso de uma pessoa jovem e magra. Nos obesos e idosos, o volume é menor: 50 a 60 %. Os líquidos estão distribuídos em 40% dentro da célula (intracelular) e 20% fora da célula (extracelular). Dos 20% que estão fora da célula, 5% correm nos vasos (intravascular) e 15% estão no interstício (líquido intersticial é o que fica entre os tecidos). Assim, um homem saudável de 70 kg tem cerca de 42 litros de água no corpo; 28 litros estão dentro das células e dos restantes 14 litros, 3,5 litros ficam circulando e 10,5 litros ficam no meio dos tecidos.

O nosso organismo possui vários sensores muito sensíveis que regulam o volume, a composição e a pressão dos líquidos. Quando necessário, para regularizar o meio interno, aumentam ou diminuem a secreção dos hormônios reguladores.

 

O que é?

O edema é a acumulação anormal de líquido no espaço intersticial. Ele é constituído por uma solução aquosa de sais e proteínas do plasma, cuja exata composição varia com a causa do edema. Quando o líquido se acumula em todo o corpo, caracteriza-se o edema generalizado. Quando ocorre em locais determinados o edema é localizado, como por exemplo o edema nas pernas de pessoas com varizes.

 

Tipos de edema:

Existem três tipos de edema: o edema comum, o linfedema e o mixedema.

 

Edema Comum - É composto de água e sal, quase sempre é generalizado.

O linfedema - É o edema cuja formação deve-se ao acúmulo de linfa. Ele ocorre nos casos em que os canais linfáticos estão obstruídos ou foram destruídos, como nas retiradas de gânglios na cirurgia de câncer do seio. O esvaziamento ganglionar facilita o surgimento do edema no braço. Outro exemplo de linfedema é a elefantíase, que se acompanha de grande deformação dos membros inferiores.

O mixedema - É outro tipo de edema de características especiais por ser duro e com aspecto da pele opaca, ocorrendo nos casos de hipotireoidismo. No mixedema, além da água e sais, há acúmulo de proteínas especiais produzidas no hipotireoidismo.

 

Como se apresenta?

O edema se apresenta sob duas formas: localizado e generalizado.

O linfedema e o mixedema são localizados. O edema comum pode se apresentar sob as duas formas. Quando generalizado, espalha-se por todo o corpo, principalmente membros, face e mãos. O edema generalizado pode ocorrer dentro do abdómen (ascite) e dentro do pulmão (edema pulmonar ou derrame pleural).

Qualquer tipo de edema, em qualquer localização, diminui a velocidade de circulação do sangue e, por esse meio mecânico (pressão), prejudica a nutrição e a eficiência dos tecidos.

 

Aspectos clínicos

Clinicamente, o edema pode ser um sinal de doença cardíaca, hepática, renal, desnutrição grave, hipotireoidismo, obstrução venosa e linfática.

Na formação do edema, essas doenças desencadeiam várias alterações que têm como consequência o edema. Cada uma dessas doenças tem suas características e as pessoas apresentam queixas especiais.

Na insuficiência cardíaca, além da falta de ar, o edema começa pelos membros inferiores e pode se expandir para dentro do pulmão (edema pulmonar) e do abdómen (ascite). Na doença cardíaca ele é causado pela falta de força do coração para fazer o sangue circular.

Na doença hepática e na desnutrição, a causa é a falta da albumina do plasma. A albumina mantém os líquidos em circulação. Quando a albumina está diminuída, abaixo de 2,5g% no sangue, não consegue mais manter a água dentro dos vasos e esta espalha-se pelos tecidos.

Na doença renal, o edema é devido a retenção de água e sal que não são eliminados convenientemente.

Na obstrução venosa e linfática, o sangue e a linfa têm dificuldades de circular e se acumulam nos tecidos.

No hipotireoidismo, além da retenção de água e sal, há uma proteína associada que infiltra os tecidos (mixedema).


 

 

 

ENDOCARDITES

 

O que são endocardites?

Endocardite é o nome dado às afeções, infeciosas ou não, do endocárdio.

O coração é formado por três camadas: o pericárdio é a externa, o miocárdio é a medial e o endocárdio é a interna, da qual fazem parte as válvulas cardíacas.

A maioria das endocardites tem uma origem infeciosa e os microorganismos mais frequentemente causadores dessa doença são: 
 

bactérias
fungos
micobactérias
riquetsias
clamídias
micoplasmas

 

Os agentes mais comuns são: 
 

estreptococos;
estafilococos;
enterococos;
alguns germes gram-negativos;

 

Também existem reações inflamatórias do endocárdio provocadas por doenças auto-imunes, nas quais não encontramos um agente infecioso na reação inflamatória do endocárdio.

A endocardite se localiza preferencialmente nas válvulas do coração, mas pode ser encontrada em qualquer parte do endocárdio, podendo ser classificada em aguda e subaguda.

A aguda caracteriza-se pela intensa toxicidade e rápida progressão, podendo evoluir em dias para a morte. Costuma provocar infeções à distância, como no cérebro, rins, pulmões, fígado, olhos. O agente etiológico mais comum é o estafilococos aureus.

Já a subaguda tem a evolução mais lenta, persistindo por até meses e, na maioria dos casos, é causada por Estreptococos viridans, enterococos, estafilococos coagulase negativos ou bacilos gram-negativos.

A endocardite pode atingir as pessoas em qualquer idade e os sintomas e sinais principais são: 
 

febre de longa duração;
suores noturnos persistentes;
astenia, baço aumentado de volume;
alterações cardíacas, como o agravamento súbito de uma doença cardíaca previamente existente.

 

O que favorece o aparecimento de endocardites?

As pessoas portadoras de lesões valvulares do coração, congénitas ou adquiridas, são as mais propensas a apresentarem a doença. Contudo, a endocardite também ocorre em pessoas que não tenham lesões cardíacas.

As endocardites surgem principalmente depois de procedimentos invasivos, em que há a invasão do organismo, como cirurgias, extrações dentárias, colocação de sondas, manipulação de abscessos (cuidado com espremer espinhas ou furúnculos!). Em alguns grupos, a metade dos casos encontrados de endocardite é em pessoas que fizeram ou fazem uso de drogas injetáveis.

Um outro grupo de pessoas seguidamente acometido de endocardite encontra-se entre os que foram submetidos a cirurgia cardíaca. Existem trabalhos que relatam que até 30% das válvulas artificiais implantadas nos corações são atingidas por infecção.

 

Diagnóstico

O diagnóstico de endocardite é feito principalmente quando existe um alto índice de suspeita do médico naqueles pacientes que tenham febres prolongadas e sem um outro diagnóstico que explique a elevação da temperatura. A história de procedimentos cirúrgicos, dentários e uso de drogas aumentam a suspeita. Para um diagnóstico de endocardite, o médico se vale de um bom exame clínico do sistema cardiovascular, no qual se destacam o surgimento ou a alteração em sopros anteriormente existentes, o aumento do baço, alterações ecocardiográficas e culturas do sangue.

Atualmente, um dos exames que mais auxilia para o diagnóstico de endocardite é a ecografia trans-esofágica. Em um grande número de casos, não se consegue obter uma cultura positiva do sangue para identificar o agente causador da endocardite. Nos melhores laboratórios, que tenham acesso às técnicas mais apuradas, em cerca de 70 a 80% dos casos em que se colhe o sangue dos pacientes se consegue obter culturas positivas que identifiquem o agente etiológico. Uma das razões para a falta de identificação está no fato da maioria dos pacientes estarem recebendo antibióticos administrados às cegas, isto é, sem ter um diagnóstico etiológico confirmado.

 

Tratamento

O tratamento é feito com antibióticos em doses generosas e durante um tempo prolongado, em média 30 dias. Alguns pacientes, uma vez curada a infecão do coração, havendo alterações severas de válvulas, devem ser submetidos a troca cirúrgica dessa válvula. Denomina-se de endocardite hospitalar aquela que ocorre em pessoas tratadas em hospital, que não foram submetidas a procedimentos sobre o coração, e que tendo ou não uma lesão cardíaca ou uma válvula artificial, desenvolvem endocardite atribuída ao uso de agulhas ou cateteres infetados, instrumentação ou cirurgia de vias urinárias ou digestivas.



 

 

  

 

 

 



EREÇÃO

 

A grande maioria dos mamíferos possui um osso chamado báculo que capacita à sustentação da ereção como uma resposta mais rápida e até mesmo voluntária. Quando não, há cartilagens ou estruturas fibrosas capazes de manter a ereção com a mesma força necessária para deixar um braço levantado, por exemplo. Mas com os homens isso não é possível.

A ereção se dá a partir de estímulos eróticos (visão, toque, cheiro e pensamentos) que capazes de produzir sinais de excitação, chegam ao cérebro pelos órgãos dos sentidos, onde determinados por questões emocionais, comportamentais e orgânicas num processo regulado pelo Sistema Nervoso Central (SNC) através de sofisticados mecanismos, orquestrado tanto pela médula como pelo cérebro, envia para o pênis mensagens capazes de liberar substâncias que vão relaxar os músculos das paredes arteriais e aumentar o fluxo sanguíneo na região peniana, promovendo a vaso dilatação.

Na verdade, existem dois mecanismos de ereção: o reflexo e o central. Quando uma imagem é vista, ela aciona os núcleos cerebrais ligados à sexualidade que enviam uma corrente elétrica para o pênis capaz de dilatar os vasos que irão permitir a entrada sanguínea, comprimindo as veias impossibilitando que o pênis relaxe. Outras ereções podem ocorrer sem que haja pensamento sexual, por exemplo, durante o sono. Aqui, o caminho passa pela medula espinhal que envia impulsos capazes de ativar o sistema reflexo do pênis.

Ou seja, a ereção acontece devido ao mecanismo de excitação liberar impulsos nervosos originados no cérebro, que na presença de hormónas como a testosterona, chegam até o pênis permitindo que as artérias se dilatem e as veias se fecham. Por conta de tal dilatação, mais sangue é capaz de entrar nos corpos cavernosos e esponjosos, aumentando o seu volume e o próprio pênis, ocorrendo assim à ereção.

Assim, é necessário um tempo de funcionamento em conjunto: adequado estímulo sexual e estado emocional, integridade das vias nervosas que transmitem o estímulo do cérebro até o pênis preservadas, assim como o funcionamento dos vasos sanguíneos penianos.

Quando em repouso, o SNC continua trabalhando através do Sistema Nervoso Simpático para controlar o fluxo sanguíneo que chega ao pênis. Dessa forma, a resposta sexual masculina mostra um equilíbrio entre forças de inibição e de excitação: se por um lado o sistema nervoso parassimpático trabalha como uma das vias de excitação, o simpático inibe a ereção.

Como o stress e a ansiedade envolvem o predomínio da atividade simpática e as ereções precisam do sistema nervoso parassimpático ativado, pode haver uma disfunção erétil psicogênica ou então ainda que haja a ereção, cognições negativas podem bloqueá-la ou haver uma ejaculação rápida.

A ereção também pode não ser mais vantajosa quando se prolonga por um tempo desnecessário, fazendo com que o sangue fique preso no pênis, o que pode gerar lesões no tecido devido à falta de oxigenação. Tal condição é conhecida como priapismo, e a ereção não é um demonstrativo de prazer, mantendo-se de forma involuntária e dolorosa.

Do outro lado há a incapacidade de conseguir a ereção. Para tal situação, desde que de origem orgânica, medicamentos foram pesquisados. O Viagra foi o primeiro e o mais conhecido. Descoberto ao acaso, durante pesquisas sobre drogas cardiovasculares, teve seguidores concorrentes no mercado como o Cialis, Levitra e Vivanza. Disponíveis em várias concentrações, normalmente necessitam de uma hora para que ocorra a ereção.

Só que a medicação não é indutora, é necessário que haja desejo e estimulação sexual eficiente, pois nenhum nem o outro são afetados pelo uso de tal medicação. A droga provoca a vaso dilatação, mantendo e prolongando a ereção. O que não significa que prolongue o ato sexual, não sendo, assim, indicados para casos de ejaculação precoce. 



 


ENXAQUECA

 

 

Sinônimos e Nomes Populares:

 Migrânea, dor de cabeça, dor exaquecosa.

 

 

O que é?

 A enxaqueca, na realidade, não é apenas um tipo de cefaléia, mas uma síndrome neurológica conhecida desde os primórdios da humanidade, afetando grande parte da população mundial. Caracteriza-se pela presença de dores de cabeça recorrentes, unilaterais ou bilaterais, geralmente de caráter pulsátil, com intensidade de moderada a intensa, precedidas ou não por sinais neurológicos focais denominados de aura. Usualmente é acompanhada de náuseas, vómitos, fonofobia e fotofobia.

As crises podem durar de 4 a 72 horas. Alguns sintomas premonitórios podem aparecer horas ou dias antes da cefaléia, incluindo falta de apetite, hiperatividade, depressão nervosa, irritabilidade, bocejos repetidos, dificuldades de memória, desejos por alimentos específicos, como chocolate e sonolência.

A dor de cabeça com enxaqueca também pode ser observada nas crianças, nas quais pode se manifestar associada a dores abdominais recorrentes, vómitos cíclicos, tonturas e dores nas pernas.

 

Como se desenvolve ou adquire?

 Apesar de ser de natureza incerta, acredita-se que a causa da enxaqueca seja multifatorial, apresentando caráter hereditário bem definido. Estudos demonstram que pacientes com enxaqueca apresentam um desequilíbrio de neurotransmissores no Sistema Trigemino-Vascular,que é responsável pelos fenómenos dolorosos relacionados à face e ao crânio.

 As crises de enxaqueca podem ser desencadeadas por inúmeros fatores como stress físico e emocional, determinados alimentos (álcool, queijos, vinho tinto e embutidos , entre outros), privação ou excesso de sono e alterações hormonais súbitas, como a menstruação nas mulheres. Todavia, os fatores desencadeantes tem que ser individualizados para cada paciente.

 

Como o médico faz o diagnóstico?

 O diagnóstico da enxaqueca é clínico, com história detalhada, exame físico e neurológico completo. Eventualmente, pode ser necessário a realização de exames complementares (ressonância magnética de crânio, eletroencefalograma...) quando, por exemplo, a dor de cabeça iniciar após os 50 anos, ou quando haver alteração no exame neurológico, história de câncer, doenças infecciosas, história de HIV, ou quando iniciar subitamente, com forte intensidade, não aliviando com analgésicos.

 

Para que o indivíduo tenha o diagnóstico de enxaqueca, é preciso que ocorram pelo menos 5 crises de dor de cabeça de moderada ou forte intensidade, de localização unilateral e caráter pulsátil, durando de 4 a 72 h, acompanhadas de náuseas e ou vômitos, sensibilidade à luz e ao barulho, além dela ser exacerbada pela atividade física.

 

Como se previne?

 

Primeiramente, o indivíduo tem que tentar estabelecer quais os fatores desencadeantes para suas crises de dor de cabeça e assim evitá-los, na medida do possível. Quando necessário pode-se fazer tratamento preventivo medicamentoso das crises.

 

Como se trata? 
 

 

diagnóstico correto do tipo de dor de cabeça,
controle de fatores predisponentes
tratamento medicamentoso abortivo das crises : são utilizados desde antiinflamatórios, até medicamentos específicos para enxaqueca, como os triptanos, que são drogas que agem nos mecanismos responsáveis pelo desencadeamento da dor de cabeça
tratamento medicamentoso preventivo das crises: quando ocorrerem três ou mais crises por mês, ou quando as crises forem muito incapacitantes, ou com pobre resposta aos medicamentos abortivos. Os medicamentos utilizados podem ser desde antidepressivos tricíclicos em baixas doses (desta forma servem para tratar dor e não depressão) até betabloqueadores e anticonvulsivantes

tratamento não medicamentoso: o médico também pode indicar outras formas de tratamento para casos selecionados, como biofeedback e técnicas de relaxamento, terapia cognitiva comportamental, dieta, fisioterapia, psicoterapia e acunpuntura

 

 

 

 

 

 

DOENÇAS  REUMÁTICAS NA INFÂNCIA

 

 

 

Definição

A febre reumática é considerada uma complicação tardia de uma infeção por uma batéria chamada de estreptococo. Esse tipo de infeção é muito comum , mas a doença apenas se dá em indivíduos predispostos para tal complicação.

Do total de pacientes que sofrem a infeção, cerca de 2,5 a 4% desenvolverão o quadro, que inicia cerca de 1 a 3 semanas após a infeção. Em geral, acomete crianças a partir dos 3 anos de idade sendo mais comum na faixa dos 7 aos 14 anos. As crianças pobres estão mais expostas à infeção pelo estreptococo e, logo, tem mais hipótese de desenvolver a doença. As meninas parecem apresentar uma predisposição um pouco maior que os meninos para a Febre Reumática.

O quadro clínico clássico consiste em uma criança que teve um quadro de amigdalite ( dor de garganta, febre) e que cerca de 15 dias após a infecção, inicia com dores articulares acompanhadas de sinais de inflamação (inchaço, calor, vermelhidão local e incapacidade de utilizar a articulação pela dor) em geral em punhos, tornozelos e joelhos aparecendo num padrão "migratório", ou seja, a dor e os sinais de inflamação "pulam" de uma articulação para a outra.

Também nessa fase, podem aparecer manifestações cardíacas como falta de ar, cansaço e sopro cardíaco, mas em geral o acometimento cardíaco se dá de forma pouco expressiva. Outro local de acometimento é o Sistema Nervoso Central, ocorrendo o aparecimento de coréia, ou seja, o surgimento de movimentos descoordenados, involuntários e sem finalidade acometendo braços ou pernas unilateral ou bilateralmente.

 

Causas

Como já foi dito, trata-se de uma complicação de uma infeção por uma batéria específica, o estreptococo. O que ainda não se sabe explicar é por que alguns indivíduos a desenvolvem.

A princípio, é considerada uma doença auto-imune, ou seja, decorre de um distúrbio do sistema de defesa do organismo, que passa a atacar tecidos do próprio paciente, gerando a doença.

Na membrana que envolve o estreptococo, temos a presença de uma proteína, chamada Proteína M, que tem a capacidade de gerar a formação de substâncias específicas pelo sistema de defesa do organismo humano, o sistema auto-imune. Estas substâncias são chamadas de anticorpos e, ao promover o ataque ao estreptococo, confundem-se, atacando também proteínas presentes em tecidos articulares, neurológicos e cardíacos, pela semelhança existente entre elas e a Proteína M.

Ainda não se conhece a explicação para o fato de que apenas alguns pacientes desenvolvem o quadro, se esse distúrbio imunológico é determinado por fatores genéticos ou de outra natureza.

 

Tratamento

Visa, primeiramente, a erradicação da infeção pelo estreptococo. Essa infeção é mais comum em ambientes de baixo nível sócio-económico, onde vivem um número grande de pessoas em pequenos espaços facilitando a proliferação da infeção. Como as condições gerais de vida da população melhoraram, tem-se visto infeções com menos frequência, tratando-se melhor os pacientes com infeção já estabelecida. Esse tratamento é feito com base no uso de antibióticos.

Para os pacientes que já desenvolveram a febre reumática, o tratamento é específico para a região envolvida: uso de repouso e anti-inflamatórios nas artrites, medicamentos específicos para o coração, corticóides e repouso absoluto na cardite (inflamação do coração), drogas específicas para o Sistema Nervoso Central e corticóides para a coréia.

Após a crise, coloca-se o paciente em um esquema de prevenção da infeção pelo estreptococo, usando-se a penicilina benzatina a cada 21 dias. Se ocorreu o envolvimento cardíaco, deve-se usar a profilaxia para o resto da vida ou, na impossibilidade disso, até os 30 a 35 anos de idade. Nos pacientes não portadores de lesão cardíaca, fica determinado seu uso até os 18 anos de idade.


 

FALTA DE AR

 

O que é?

Dispnéia é o termo usado pelos médicos para se referirem à falta de ar ou encurtamento da respiração. A pessoa afetada tem a sensação de não conseguir “pegar mais ar” ou não conseguir respirar profundamente. Poderá também sentir dificuldade para colocar o ar para fora dos pulmões.

Estes dados são subjetivos e variáveis em intensidade, além de poderem ser influenciados por outros fatores.

 

Como se desenvolve?

A falta de ar pode ocorrer por causas diversas. Contudo, ela é considerada normal quando a pessoa realiza um exercício extenuante. Para que a dispnéia seja sentida, o indivíduo deverá possuir um sistema neurológico em bom funcionamento, ou seja, os nervos enviam a “mensagem” da falta de ar para a medula espinhal (que fica dentro do canal espinhal, que é formado pelas vértebras da coluna vertebral) e esta informação é levada até o cérebro, onde ela é percebida (entendida).

A interpretação desta sensação pode variar de acordo com o estado psicológico da pessoa.

 

A dispnéia pode surgir de maneira aguda, crónica ou ser paroxística.

Muitas vezes, a falta de ar aguda na criança é causada pelas infeções respiratórias – bronquiolite e laringite, por exemplo. Nos adultos, as possibilidades são bem maiores. Dentre as causas possíveis estão:

  asma;
  exacerbação da bronquite crônica;
  edema pulmonar (por causa do coração fraco);
  ferimentos internos no tórax;
  derrame pleural (“água na pleura”)pneumotóraxsangramento súbito volumoso e outros.

 

Quando o encurtamento da respiração existe há mais tempo (crônico), ele pode ser devido à:

  doença pulmonar obstrutiva crônica (enfisema pulmonar ou bronquite crônica);
  fibrose (“endurecimento”) dos pulmões;
  embolia pulmonar (trombose nas artérias dos pulmões);
  insuficiência do coração;
  asma;
  anemia grave;
  cancro de pulmão;
  angina do coração;
  por nervosismo;
  por outras doenças.

A insuficiência aguda do coração em bombear o sangue é o edema agudo de pulmão, que causa uma falta de ar paroxística à noite.

Com intuito de classificar a dispnéia de uma maneira mais objetiva, os médicos muitas vezes utilizam escalas que categorizam a falta de ar conforme a sua intensidade.

  

 

 

 

DISTÚRBIOS DE ANSIEDADE - FOBIAS

 

Ansiedade Normal

Sentir-se ansioso é uma experiência comum a qualquer ser humano. Quem já não se sentiu apreensivo, com dor de cabeça, palpitações, respiração rápida, aperto no peito, desconforto abdominal ou inquietação? A ansiedade é uma resposta normal para diversos acontecimentos na vida: para um bébé ameaçado com o afastamento dos pais, para as crianças no primeiro dia de escola, para os adolescentes no primeiro namoro, para os adultos que contemplam a velhice e a morte e para qualquer um que enfrente uma doença. A ansiedade é um acompanhante normal do crescimento, das mudanças, de experiências novas e inéditas, do encontro da própria identidade e do sentido da vida de uma pessoa

 

Quando a ansiedade atrapalha podendo tornar-se uma doença

Quando a situação de ansiedade desencadeia sintomas com intensidade e duração maiores que o esperado, causando significativo grau de sofrimento, é bem provável que esta pessoa esteja apresentando algum transtorno de ansiedade.

 

 

 

 

FÍSTULAS ARTERIOVENOSAS

 

O que é?

Fístulas arteriovenosas são comunicações anormais, isoladas ou múltiplas, diretas (sem passagem pela rede capilar) entre artérias e veias e sobrecarga do coração direito.

 

Conceito

Fístula arteriovenosa acontece quando o sangue de uma artéria passa para uma veia sem atravessar a rede capilar.

No organismo humano, existem comunicações normais, fisiológicas entre artérias terminais e vênulas. São os canais arteriovenosos, que receberam o nome de shuntfisiológicos  ou comunicação arteriovenosa.

Esses canais de comunicação são reguladores através de formações musculares lisas (esfíncteres) da circulação de sangue nos tecidos (perfusão tecidual) e existem nas extremidades dos dedos, pele em geral e em alguns órgãos. Esses canais nada têm de patológico, são normais se bem que possam ser o local onde anormalidades podem se desenvolver.

Estas formações não devem ser confundidas com fístulas arteriovenosas propriamente ditas, mesmo que sejam congênitas, múltiplas e microscópicas.

As fístulas arteriovenosas adquiridas, geralmente traumáticas, são grosseiras comunicações entre artérias e veias, em geral, isoladas e relacionadas diretamente ao agente causal inicial.

 

O que se sente?

As fístulas arteriovenosas apresentam uma série de sinais caraterísticos, tais como sopro em "maquinaria", turbilhonamento do sangue por mudança de caso com pressão menor, o que causa uma vibração (thrill) ou frêmito no local.

Tanto o sopro como o frêmito aumentam com a compressão da artéria após a fístula, e, ao contrário, desaparecem com a compressão anterior à fístula.

Aumento da área cardíaca e insuficiência aparecem nas fístulas antigas e pequenas ou em fístulas recentes, porém grandes e próximas aos grossos troncos arteriais.

Cianose pode aparecer em fístulas próximas das extremidades devido à insuficiência venosa após a fístula.

 

Como se faz o tratamento?

O tratamento é feito através de métodos sempre invasivos:

- Embolização com pequenos fragmentos de músculos ou coagulantes, tipo Gelfoan;

- Cirurgia com ligadura da comunicação arteriovenosa e reconstituição da artéria e da veia, esta nem sempre necessária;

- Angioesclerose, que consiste na escleroterapia  pós-cirúrgica das fístulas arteriovenosas remanescentes após a ligadura dos ramos arteriais.

 

 

 

FATOR MASCULINO DE INFERTILIDADE CONJUGAL

 

Uma vez que o fator masculino tem um grande percentual na genese da infertilidade, é  importante levarmos em conta a possibilidade de estarmos diante de infertilidade de causa  masculina. Tradicionalmente, a infertilidade masculina é considerada uma condição de difícil  tratamento, o que ocorre pelo fato dela não ser uma entidade única, mas refletir uma  variedade de diferentes condições patológicas, dificultando uma estratégia única de  tratamento. Mesmo com o avanço dos métodos diagnósticos, hoje em dia apenas 40% das  causas de infertilidade podem ser reconhecidas, mas os avanços no diagnóstico genético ­ como a pesquisa de microdeleções (falta de pequenas porções nos cromossomos) ­ parecem  apontar para uma diminuição no número de pacientes com diagnóstico etiológico indefinido.

O fator masculino na infertilidade conjugal é expressivo (existem trabalhos que estimam  em até 50% das causas de infertilidade) e, consequentemente, deve ser examinado com muita  atenção por parte de todos os profissionais que desenvolvem suas atividades no campo da  Reprodução Humana.  Mas, não foi sempre assim. Mais por um processo cultural do que pela razão, o fator  masculino foi ignorado por muito tempo. E as marcas desta negação repercutem,  praticamente, até nossos dias. Mas, de qualquer forma, os erros do passado não justificam  omissões no presente. E, por isso, é fundamental a pesquisa do fator masculino concomitante  com o fator feminino, em qualquer casal que esteja enfrentando problemas para engravidar.  Dentre as razões para esta conduta, ressaltam-se as seguintes: simplicidade e eficiência dessa  atitude quando associada a exames bem dirigidos, ausência de invasividade e relação custo-beneficio apropriada.

O sucesso da injeção intracitoplasmática de espermatozóides (ICSI) - Um único esperma  é injetado com uma micropipeta no interior do óvulo ­ tem transformado a vida de pacientes  com fator masculino severo. O otimismo gerado com este tratamento tem contrastado com a  preocupação das possíveis implicações genéticas decorrentes da manipulação de gametas de  pacientes com contagens espermáticas muito baixas ou anormais. Geralmente, a infertilidade masculina é descoberta após uma análise do esperma (cerca  de 70% das vezes). A avaliação da história e do exame físico auxiliarão no diagnóstico.  Na investigação do homem infértil, a história clínica bem obtida e o exame físico  minucioso, especialmente na área genital, são recursos valiosos do processo investigativo.

Uma história detalhada pode revelar alguma etiologia; no entanto, o mais comum é a história  ser negativa. Cabe ao clínico avaliar: duração da infertilidade, a paternidade pregressa (filhos  prévios desta ou de outras relações) anomalias congênitas, exposição a fatores de risco,  traumas e doenças na infância, antecedência de doença febril prolongada, inicio e normalidade  da puberdade, hábitos do paciente, cirurgias pregressas, história sexual, antecedentes  infecciosos e doenças sistêmicas, a freqüência de relações do casal, a exposição a fatores  ambientais, etc. Deve-se fazer, portanto, um inventário de toda a história genitourinária.

É importante ter atenção para os problemas de sexualidade que podem interferir de  maneira definitiva no processo de fertilidade. A disfunção sexual e a impotência são situações  que podem vir mascaradas em uma consulta de infertilidade. Portanto é importante o médico  ter a sensibilidade de não expor, ao coletar a história, um contra o outro, uma vez que existem  pontos na vida do indivíduo que, por um motivo ou outro, não é de conhecimento do parceiro. O exame físico pode, eventualmente, ser indicativo de alguma anormalidade do homem.  Devem ser examinados o testículo, a próstata, o pênis, além dos caracteres gerais.

A avaliação diagnóstica está concentrada no espermograma, embora a análise de apenas  uma amostra de espermograma não seja aconselhável, devido à grande variabilidade, tanto na  avaliação quanto na produção espermática presente normalmente. Sendo assim, em  espermogramas muito alterados, é aconselhável que um mínimo de dois sejam realizados para  uma correta análise.

 

 

 

DOENÇAS CARDÍACAS - Fatores de Risco

 

 

O que é?

São condições que predispõem uma pessoa a maior risco de desenvolver doenças do coração e dos vasos.

Existem diversos fatores de risco para doenças cardiovasculares, os quais podem ser divididos em imutáveis e mutáveis.

 

Fatores imutáveis

São fatores imutáveis aqueles que não podemos mudar e por isso não podemos tratá-los. São eles :

Hereditários

Os filhos de pessoas com doenças cardiovasculares tem uma maior propensão para desenvolverem doenças desse grupo. Pessoas de pele negra são mais propensos a hipertensão arterial e neles ela costuma ter um curso mais severo.

Idade

Quatro entre cincos pessoas acometidas de doenças cardiovasculares estão acima dos 65 anos. Entre as mulheres idosas, aquelas que tiverem um ataque cardíaco terão uma chance dupla de morrer em poucas semanas.

Sexo

Os homens tem maiores chances de ter um ataque cardíaco e os seus ataques ocorrem numa faixa etária menor. Mesmo depois da menopausa, quando a taxa das mulheres aumenta, ela nunca é tão elevada como a dos homens.

 

Fatores mutáveis

São os fatores sobre os quais podemos influir, mudando, prevenindo ou tratando.

Fumo

O risco de um ataque cardíaco num fumante é duas vezes maior do que num não fumante. O fumante de cigarros tem uma chance duas a quatro vezes maior de morrer subitamente do que um não fumante. Os fumantes passivos também tem o risco de um ataque cardíaco aumentado.

Colesterol elevado

Os riscos de doença do coração aumentam na medida que os níveis de colesterol estão mais elevados no sangue. Junto a outros fatores de risco como pressão arterial elevada e fumo esse risco é ainda maior. Esse fator de risco é agravado pela idade, sexo e dieta.

Pressão arterial elevada

Para manter a pressão elevada, o coração realiza um trabalho maior, com isso vai hipertrofiando o músculo cardíaco, que se dilata e fica mais fraco com o tempo, aumentando os riscos de um ataque. A elevação da pressão também aumenta o risco de um acidente vascular cerebral, de lesão nos rins e de insuficiência cardíaca. O risco de um ataque num hipertenso aumenta várias vezes, junto com o cigarro, o diabete, a obesidade e o colesterol elevado.

Vida sedentária

A falta de atividade física é outro fator de risco para doença das coronárias. Exercícios físicos regulares, moderados a vigorosos tem um importante papel em evitar doenças cardiovasculares. Mesmo os exercícios moderados, desde que feitos com regularidade são benéficos, contudo os mais intensos são mais indicados. A atividade física também previne a obesidade, a hipertensão, o diabete e abaixa o colesterol.

Obesidade

O excesso de peso tem uma maior probabilidade de provocar um acidente vascular cerebral ou doença cardíaca, mesmo na ausência de outros fatores de risco. A obesidade exige um maior esforço do coração além de estar relacionada com doença das coronárias, pressão arterial, colesterol elevado e diabete. Diminuir de 5 a 10 quilos no peso já reduz o risco de doença cardiovascular.

Diabete melito

O diabete é um sério fator de risco para doença cardiovascular. Mesmo se o açúcar no sangue estiver sob controle, o diabete aumenta significativamente o risco de doença cardiovascular e cerebral. Dois terços das pessoas com diabete morrem das complicações cardíacas ou cerebrais provocadas. Na presença do diabete, os outros fatores de risco se tornam mais significativos e ameaçadores.

Anticoncepcionais orais

Os atuais ACOs têm pequenas doses de hormônios e os riscos de doenças cardiovasculares são praticamente nulos para a maioria das mulheres. Fumantes, hipertensas ou diabéticas não devem usar anticoncepcionais orais por aumentar em muito o risco de doenças cardiovasculares.

Existem outros fatores que são citados como podendo influenciar negativamente os fatores já citados. Por exemplo, estar constantemente sob tensão emocional (estresse) pode fazer com que uma pessoa coma mais, fume mais e tenha a sua pressão elevada. Certos medicamentos podem ter efeitos semelhantes, por exemplo, a cortisona, os antiinflamatórios e os hormônios sexuais masculinos e seus derivados.

 

 

FERTILIDADE & INFERTILIDADE - Anatomia

 


A Mulher

O sistema reprodutor feminino consiste de dois ovários, que estão localizados de cada  lado do útero e que estão ligados a ele através das trompas de Falópio. O útero, através da  porção chamada colo, tem ligação com o meio externo, a vagina. Os ovários contêm os gametas femininos, óvulos. As mulheres nascem com um número  limitado de óvulos e, apesar deste número ser bem maior do que o número de óvulos  utilizados durante a vida, eles envelhecem com o tempo. As meninas nascem com cerca de  400.000 óvulos imaturos em seus ovários.

Os princípios básicos de uma reprodução bem sucedida estão no desenvolvimento dos  gametas (óvulos e espermatozóides), na capacidade deles se encontrarem, permitindo assim,  que ocorra a fertilização. Esta deve seguir-se de uma série de eventos ordenados, que  resultarão no transporte de embrião até o útero e, finalmente, gravidez.

Após a puberdade, a cada ciclo menstrual, vários óvulos iniciam o amadurecimento, mas,  geralmente, apenas um deles cresce e amadurece o suficiente para poder ser fertilizado por  um espermatozóide. Os outros folículos involuirão num processo chamado de atresia. Na  metade do ciclo menstrual, que em um ciclo padrão de 28 dias equivale ao 14º dia do ciclo, o  óvulo maduro sai de dentro do folículo. A isto se chama ovulação. Saindo do folículo, o óvulo  vai até a trompa de Falópio onde estará pronto para ser fertilizado pelo gameta masculino, o  espermatozóide. É na trompa de Falópio que ocorre a fertilização e formação do embrião.

Quem comanda todo este processo de crescimento, de maturação e ovulação são os hormônios  produzidos durante o ciclo menstrual. No primeiro dia do ciclo, equivalente ao primeiro dia da  menstruação, a glândula hipófise, que fica no cérebro, começa a liberar um hormônio  conhecido como hormônio folículo estimulante (FSH). Nos 12 dias seguintes o FSH estimula o  crescimento de vários folículos ovarianos. Esta fase é conhecida como a fase folicular do ciclo  menstrual. Por volta do 14º dia do ciclo ocorre a ovulação em função do aumento brusco (pico)  de outro hormônio, chamado hormônio luteinizante (LH). Esta é a fase ovulatória do ciclo.

Durante a fase folicular, os folículos crescem, e produzem quantidades cada vez maiores  de estrogênio. O estrogênio é um hormônio importante porque ajuda a preparar a camada  interna do útero (endométrio) para uma futura gravidez. Caso a mulher tenha relações sexuais  no período peri-ovulatório, os espermatozóides liberados na vagina seguem em direção ao  útero e às trompas de Falópio. Dos milhões de espermatozóides ejaculados na vagina, apenas  um deles conseguirá penetrar no óvulo maduro, é a fertilização. No ovário, após a liberação do  óvulo pelo folículo, inicia a produção de progesterona. Este hormônio é responsável por  preparar o organismo da mulher para a gravidez. Um de seus papéis essenciais é facilitar a  adesão do embrião ao útero (implantação). Quando ocorre a implantação, é secretado, pelo  embrião, o hormônio hCG (gonadotrofina coriônica que estimula o corpo lúteo a continuar sua  produção de estrogênio e progesterona, o que é essencial para a manutenção da gestação.

Por outro lado, quando a fertilização não ocorre, não há a formação do embrião e a  produção de progesterona é interrompida 14 dias após a ovulação. A camada interna do útero  começa então a descamar sendo eliminada através da vagina sob a forma de menstruação. A  partir daí um novo ciclo menstrual se inicia.

 

O Homem

O sistema reprodutor masculino consiste de pares de testículos, epidídimos, ductos  deferentes, vesículas seminais, a próstata e o pênis. Os testículos produzem os  espermatozóides, bem como o hormônio testosterona, fundamental para as características  sexuais masculinas. À medida que os espermatozóides, ainda imaturos, são produzidos, eles saem dos  testículos e vão para o epidídimo, onde ficam armazenados até que atinjam a maturidade.  Durante a ejaculação, os espermatozóides, através dos ductos deferentes, chegam à uretra (no  pênis), de onde saem juntamente com o líquido produzido pelas vesículas seminais e próstata  para formarem o sêmen. Todo o processo de produção dos espermatozóides leva cerca de 70  dias. É um processo contínuo e ao contrário do que acontece com as mulheres, que nascem  com um número fixo de óvulos, os espermatozóides são produzidos durante toda a vida adulta.

Os mesmos hormônios que regulam o crescimento dos folículos ovarianos e a ovulação nas  mulheres também controlam a produção de espermatozóides nos homens. A diferença é que  nos homens, o hormônio folículo-estimulante (FSH) estimula a produção de espermatozóides e  o hormônio luteinizante (LH) estimula a produção do hormônio testosterona. A testosterona é o  hormônio responsável pelo amadurecimento dos espermatozóides, pelo desejo sexual e pelas  características masculinas, tais como o crescimento dos músculos e pêlos.

 

 

 

FUNÇÃO SEXUAL EM HOMENS OBESOS

 

As coisas podem melhorar

Resultados de estudo, recentemente publicado no Jornal da Associação Americana de Medicina, demonstraram que em homens obesos que apresentavam disfunção erétil, a redução do peso e a mudança do estilo de vida melhoraram a função sexu

Existe uma associação entre obesidade e função sexual em homens, que é independente das doenças relacionadas à obesidade, como diabete, hipertensão ou hiperlipidemia (aumento de gordura no sangue). Ou seja, a obesidade, em si ,pode interferir sobre o desempenho sexual.

Para testar se a redução do peso e a mudança do estilo de vida poderiam promover algum benefício sobre a função sexual, previamente comprometida, pesquisadores da Universidade de Nápolis, na Itália, acompanharam, durante três anos, homens obesos com disfunção erétil, sem diabete, hipertensão ou hiperlipidemia, e com índice de massa corporal (IMC) acima de 30. Estes pacientes foram divididos em dois grupos: o primeiro, chamado de intervenção, recebeu instruções detalhadas de como reduzir 10% ou mais do peso total, através da diminuição da ingestão alimentar e do aumento da atividade física. O segundo grupo, chamado de controle, recebeu somente informações generalizadas sobre os benefícios para a saúde, produzidos pelo exercício e pela escolha de uma alimentação equilibrada, informações essas sem nenhum detalhamento.

Após dois anos, o grupo intervenção apresentou uma redução do peso (avaliado pelo IMC) e um aumento de atividade física (medida por minutos de atividade física por semana). No grupo controle não houve modificação no peso e na atividade física.

A função sexual, avaliada através de um índice internacional de função erétil, melhorou significativamente no grupo que reduziu o peso e aumentou a atividade física. No grupo controle (os que não haviam reduzido o peso e nem aumentado a atividade física), este índice ficou inalterado (ou seja, continuou baixo).

O resultado deste estudo deve servir como mais um incentivo para os indivíduos obesos alterarem seus padrões alimentares e o estilo de vida, melhorando assim a saúde e a qualidade de vida.

 

 

FEBRE


 

O que é febre?

Febre é a elevação da temperatura do corpo acima dos valores normais para o indivíduo. São aceitas como indicadores de febre as temperaturas: retal acima de 38º C e Axilar ou oral acima de 37,5º C.

 

Como varia a temperatura normal?

Dentro de limites determinados e de fatores conhecidos podemos aceitar como normais variações segundo:

 

Idade

Antes de um ano de idade, a temperatura normal é maior do que a do adulto. A partir de um ano de idade, a temperatura tende a alcançar níveis semelhantes aos dos adultos. A diferença já é notável após o 6º mês de idade (0,5 ºC), acentua-se a partir do 2º ano alcançando a diferença máxima após o 6º ano de idade (0,9 - 1,1 ºC).

Ciclo circadiano

Segundo o momento do dia, a temperatura pode variar sendo mais baixa na madrugada (3 horas) e no início da manhã. Pode ser máxima no final da tarde (17 horas) e no início da noite.

Sexo

No sexo feminino a temperatura é mais elevada do que no masculino, e apresenta variações segundo a fase do ciclo menstrual.

Atividade física e o meio ambiente

A temperatura ambiental elevada e o ambiente pouco arejado, além de atividade física intensa, podem determinar elevação da temperatura corporal.

 

Local de verificação da temperatura

Temperatura retal é a mais elevada, a bucal é intermediária e a axilar a mais baixa quando medida nas mesmas condições. A temperatura axilar normal é (36,5 ºC pela manhã a 37,2 ºC à tarde), sendo a temperatura bucal aproximadamente 0,5 ºC maior do que a axilar e a retal 0,8 a 1º C superior à axilar, podendo a temperatura retal atingir 37,8 ºC e mesmo 38,2 ºC.

 

Principais Causas da Febre

  Infecção
  Câncer
  Reação alérgica
  Distúrbios hormonais
  Exercício excessivo, especialmente em temperaturas elevadas.
  Doenças auto-imunes
  Exposição excessiva ao sol
  Uso de certas drogas
  Lesão do hipotálamo
  Doenças auto-imunes
  Exposição excessiva ao sol
  Uso de certas drogas
  Lesão do hipotálamo


Qual é o mecanismo da febre?

O organismo mantém sua temperatura regulada através de um centro termorregulador, localizado no hipotálamo anterior. Este centro que funciona como um termostato, busca o equilíbrio entre produção e perda de calor, prioritariamente pela perda de calor, visa à manutenção estável da temperatura interna em torno de 37 ºC. Na febre, o termostato é reajustado sendo a termorregulação (set point) reajustado para um nível superior.

 

Como se produz a febre?

Por ação de partículas infecciosas ou não, (pirógenos exógenos) as células fagocíticas são induzidas a produzir substâncias de natureza protêica (pirógenos endógenos). Os pirógenos externos,por sua vez, estimulam a produção de prostaglandinas. As prostaglandinas atuam no centro termorregulador, elevando o patamar de termorregulação (set point), tendo como resultado o surgimento da febre. A febre deve ser distinguida da hipertermia. Na hipertermia há aumento da produção ou diminuição da perda de calor, sem alteração do set point, alteração esta que ocorre nos casos de febre.

 

Quando a febre, em si, é prejudicial ou benéfica ao organismo?

 

A febre é prejudicial?

Ao aumentar o consumo de oxigênio a febre pode causar diminuição do rendimento cardíaco, isto só tem relevância em situações de comprometimento pulmonar intenso ou cardíaco grave. Em crianças, geneticamente predispostas, com idade de seis meses a três anos, a febre pode desencadear convulsão. As convulsões febris não acarretam risco de lesão cerebral. A febre alta só pode causar lesão cerebral quando a temperatura ultrapassa 41,7 ºC, o que não ocorre na prática. A febre pode se associar a outros sintomas que causam desconforto: dor muscular, irritabilidade, mal-estar, astenia e anorexia, entre outros.

A febre como aliada.

Existem evidências de que temperaturas elevadas estão associadas ao estímulo da atividade imunitária e à redução da reprodução tanto de vírus como de bactérias.

 

Como medir a temperatura?

O instrumento padrão para a medida da temperatura corpórea é o termômetro clínico de vidro com mercúrio. Em nosso meio, o método mais aceito é a temperatura axilar o que satisfaz plenamente aos propósitos clínicos. Vários instrumentos podem ser usados para a avaliação da temperatura da pele. A literatura internacional adota a medida da temperatura retal ou oral e, mais recentemente, da membrana timpânica.


 

 

FERIDA CIRÚRGICA.


O que é?

É uma ferida resultante de uma intervenção cirúrgica. É quando as bordas saudáveis da pele são aproximadas e suturadas.

Fatores que podem afetar a cicatrização.

Os fatores que podem prejudicar a cicatrização são

Idade: na criança porque o sistema imunológico e outros sistemas corporais estão em desenvolvimento e o risco de desenvolver infecção é maior.

No idoso, à medida que se envelhece a nossa pele fica mais fina e menos elástica e a população das células que reparam os tecidos e combatem a infecção diminuem, resultando numa cicatrização mais lenta e aumentando o risco de cicatrização.

 

  Nutrição: é importante que antes da cirurgia se identifique logo os problemas nutricionais e se desenvolva um plano para reparar suas deficiências.
  Saúde geral da pessoa: a infecção ou doença preexistente retardam ou complicam a cicatrização, mas nem sempre é possível adiar a cirurgia até que se consegue tratar. Como por exemplo, a doença arterial, a hipertensão e vasculopatia periférica que prejudicam a cicatrização porque impedem que o fluxo sanguíneo chegue ao local da incisão. Outro exemplo muito comum é o diabetes melitus que pode interferir na vasodilatação impedindo a circulação sanguínea no local da incisão.
  Oxigenação: para a cicatrização o local da incisão precisa de oxigênio para que organismo consegue produzir colágeno

 

Fatores que podem complicar a sua ferida cirúrgica:

  Infecção – Deve-se observar o aspeco da lesão, procurando sinais de infeção, tais como: coloração avermelhada, endurecimento, drenagem de secreções, edema e calor no local, dor exagerada no local da incisão. Observar  a temperatura corporal. A febre também pode ser um sinal de infeção.
  Hemorragia – Poderá ocorrer hemorragia decorrente de lesão dos vasos sanguíneos. Podem ser internas e externas, dependendo da região afetada. Hemorragias internas, normalmente necessitam de cuidados mais emergenciais, pois podem ter um volume de sangue muito elevado. Nas hemorragias externas deve-se fazer compressão no local ou um curativo compressivo, até a chegada de um médico.
  Deiscência e evisceração – a deiscência é quando os pontos da ferida operatória se rompem. Quando este rompimento ocorre na totalidade da sutura poderá ocorrer evisceração. A evisceração é mais comum em cirurgias de abdomén. Na evisceração sai um abundante líquido da cavidade abdominal.
  Caso apareçam sinais e sintomas como os relatados acima, o médico cirurgião deverá ser procurado.[?emergência!]

 

Cuidados com a ferida:

  Manter a ferida limpa e seca;
  Observar sinais de infeção, hemorragias, deiscência e evisceração;
  O curativo ajuda a manter a ferida protegida contra patógenos;
  Alguns curativos impermeáveis permitem que o paciente possa banhar-se sem se preocupar em molhar a ferida operatória. Estes podem ser mantidos sobre a ferida por 07 (sete) dias.[porquê? A oxigenação favorece a cicatrização];
  Caso seu médico permita, a ferida operatória poderá ficar sem curativos. Sendo que alguns cuidados deverão ser observados: lave o local com água corrente e sabonete neutro, seque com toalha macia e não faça fricção ou pressão sobre o local. Use roupas confortáveis para que não aja pressão ou fricção sobre o local;
  Não há necessidade de utilizar qualquer anti-séptico. Somente mantenha o local limpo e seco;
  Caso exista a drenagem de secreção serossanguinolenta (um sangue bem aguado), proteja a ferida com um curativo;
  A retirada dos pontos poderá ser feita pelo médico assistente ou em um serviço de saúde.

 

David Leitão e Ricardo Ferreira