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K-L
Kaposi
Cancro da pele, característico da SIDA e que tende a disseminar-se rapidamente e a estender-se aos aparelhos GI e respiratório, onde pode ocasionar hemorragias graves.
Sinal de meningite ou de poliomielite, que consiste numa distonia lombar quando se flecte a perna sobre a coxa ou, estando a perna esticada, a coxa sobre a bacia.
Kleine-Levin
Distúrbio raro que pode afectar adolescentes masculinos com bulimia, confusão, delírio, hipersexualidade, hipersónia, ideação paranóide, irritabilidade, mania ou perturbação paranóide da personalidade.
Klinefelter
Perturbação cromossómica que afecta só os rapazes e provoca azoospermia e ginecomastia.
Klüver e Bucy
Consiste em agnosia visual, ausência de medo, hipersexualidade, hipo-reactividade emocional e pica, sendo significativa de lesão temporal bilateral e da amígdala cerebelosa.
LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO
O que é ?
Lúpus Eritematoso Sistémico (LES) é uma doença inflamatória de causa desconhecida.
Para que se desencadeie a doença, agentes externos desconhecidos (vírus, bactérias, agentes químicos, radiação ultravioleta) entram em contacto com o sistema imune de um indivíduo que está com vários genes erradamente induzindo produção inadequada de anticorpos. Estes anticorpos são dirigidos contra constituintes normais (Auta anticorpos) provocando lesões nos tecidos e também alterações nas células sanguíneas.
É uma doença razoavelmente comum no consultório dos reumatologistas. Melhor conhecimento médico e avanço em métodos diagnósticos devem ser os motivos pelos quais o LES tem sido diagnosticado com mais frequência e seu prognóstico é muito melhor do que há 15 anos atrás.
Atinge principalmente mulheres (9:1) em idade reprodutiva, iniciando-se mais comumente entre 20 e 40 anos. Pode ser bastante benigno até extremamente grave e fatal.
O que se sente?
As manifestações clínicas são muito variáveis entre os pacientes.
As queixas gerais mais frequentes são mal-estar, febre, fadiga, emagrecimento e falta de apetite, as quais podem anteceder outras alterações por semanas ou meses. Os pacientes já poderão estar sentindo dor articular ou muscular leve e apresentando manchas vermelhas na pele que passam por urticária.
As alterações mais frequentes ocorrem na pele e articulações.
Como é o tratamento?
Mesmo havendo protocolos internacionais para o tratamento de doenças complexas como o LES, cada paciente tem a sua história.
Sabemos qual o melhor medicamento para cerebrite, nefrite, dermatite, mas os resultados são individuais. O tratamento do lúpus não é um esquema pronto para ser executado e as características de cada caso ditarão o que se deve fazer, tornando-o artesanal.
Os medicamentos utilizados podem provocar efeitos colaterais importantes e devem ser manejados por profissionais experientes.
Os pacientes devem estar alertas para os sintomas da doença e para as complicações que, embora raras, podem aparecer. Se forem prontamente manejadas é muito mais fácil solucioná-las.
Naturalmente, não é nossa intenção instruir o tratamento do LES. Este deve ser feito por médicos experientes e os pacientes não devem modificá-los sem orientação.
Perguntas que você pode fazer ao seu médico:
A doença tem cura?
Qual a finalidade do tratamento?
O tratamento é esta receita somente ou devo repetí-la?
Há interferência com outros remédios que estou usando?
Quais os efeitos colaterias? Devo fazer exames de controle?
Existem problemas com obesidade?
Qual a importância de exercícios e repouso?
Que cuidados devo ter com meus hábitos diários, profissionais e de lazer?
Existem problemas com o uso de anticoncepcionais? Com gravidez?
Existem problemas com exposição ao sol e luz fluorescente?
LEPTOSPIROSE
O que é ?
É doença infecciosa, uma zoonose, causada por uma série de bactérias de aspecto muito peculiar lembrando um saca – rolhas, chamada leptospira. A forma mais grave da doença e com mais alta mortalidade é associada ao Leptospira icterohaemorrhagiae, chamada, com mais propriedade, doença de Weil.
Como se adquire ?
A infecção humana na maioria das vezes está associada ao contacto com água, alimentos ou solo contaminados pela urina de animais portadores do leptospira. As bactérias são ingeridas ou entram em contacto com a mucosa ou pele que apresentem solução de continuidade. Os animais classicamente lembrados são os roedores mas bovinos, equinos, suínos, cães, e vários animais selvagens são responsabilizados pela difusão da doença. A contaminação entre pessoas doentes é absolutamente rara.
O que se sente ?
A doença é classicamente descrita como se mostrando em duas fases distintas. Após um período médio de 2 semanas desde a contaminação surgem os primeiros sintomas (incubação) febre, calafrio, conjuntivite, dor nos músculos (mialgia), fotofobia (incómodo na presença da luz), dor de garganta, gânglios no pescoço, estes sintomas vagos permanecem por 3 a 7 dias. Quando parece que está chegando a cura, recrudescem as queixas. A piora é secundária à disseminação da doença, agora com envolvimento de vários órgãos e do sistema vascular. Surgem novos e importantes sintomas icterícia (amarelão) e hemorragia que dão nome à própria bactéria (Leptospira icterohaemorrhagiae), no maior número de casos a doença é autolimitada, persistindo por 1 a 3 semanas. A moléstia pode ser mortal em 5 a 20% dos casos principalmente em idosos. A morte se dá frequentemente por insuficiência renal.
Como se faz o diagnóstico ?
A suspeita clinica, mialgia (dores musculares), febre e conjuntivite, acrescidas da possibilidade de contacto com: água, alimentos, vísceras, solo, etc. contaminados por animais que estejam excretando leptospira, principalmente o contacto com urina de roedores autorizam a investigação laboratorial. A leptospira pode ser isolada do sangue ou do líquor nos primeiros 10 dias da doença; da urina a partir da segunda semana onde persiste por 30 dias ou mais. As técnicas de cultura são demoradas e difíceis. Anticorpos podem ser identificados sorologicamente durante ou após a segunda semana. De maneira geral estes testes são realizados em laboratórios oficiais.
Como se previne ?
A leptospirose é problema de saúde pública. A imunização de animais domésticos está indicada de rotina. A falta de controle dos ratos e as más condições de vida da população estão ligados à maioria dos casos no Brasil. Algumas profissões (agricultores, trabalhadores em a batedouros, caçadores, veterinários, lenhadores, pessoas que trabalham em esgotos, em arrozais e militares), têm tal risco de pegar a doença que tanto a vacinação humana como os usos profilácticos de antibióticos podem ser indicados.
LIPOMA
O que é?
Lipoma é um tumor benigno de tecido mole, mais especificamente de gordura mais, comum no adulto. Seu crescimento ocorre, frequentemente, de forma progressiva, agregando à pessoa acometida grande incômodo estético e físico.
Como se adquire?
O lipoma é resultado de um acúmulo de células gordurosas maduras (adipócitos) que podem chegar a vários centímetros. Geralmente apresentam pequeno tamanho, mas podem crescer lentamente até maiores dimensões.
Acontecem, na maioria das vezes, adultos de 40 a 60 anos, mas também podem ser encontrados em crianças. Quando se encontra lesões múltiplas e, algumas vezes, dolorosas, denomina-se lipomatose, que é uma síndrome familiar adquirida.
O que se sente?
Os lipomas, em sua maioria, são assintomáticos e percebe-se através do exame clínico do paciente através de queixas, inspeção e palpação. Quando palpável, possui consistência mole e móvel, abaulando a pele da região acometida.
Seu tamanho é variável, sendo a maioria de pequenas dimensões, podendo ser encontradas lesões de vários centímetros. Eles podem ser únicos ou múltiplos, sendo comumente encontrados em braço, coxa, abdome, tórax e pescoço (área central do corpo).
Como se desenvolve?
Quando se suspeita de lipomatose múltipla, há uma influência hereditária de carácter familiar. Quando há lesões únicas ou poucas lesões, geralmente são resultado de proliferação de tecido adiposo localizado. Vale lembrar que obesidade não causa lipoma.
Como o profissional de saude faz o diagnostico?
O diagnóstico é realizado através de exame clínico. Após sua retirada, o mesmo é enviado para análise anátomo-patológica para confirmação diagnóstica.
Como se trata?
O tratamento é cirúrgico através da excisão completa da lesão. Após avaliação de um cirurgião, decide-se por retirada com anestesia local, regional ou geral. Em alguns casos, também pode se realizar lipoaspiração da lesão.
Após a retirada da lesão, a mesma é submetida a um exame denominado anátomo-patológico onde é analisada a peça cirúrgica com o objetivo de diferenciar o lipoma de outras patologias como sarcoma, melanoma ou outros tumores.
Como se previne?
Até o momento não há prevenção para este tipo de patologia.
Perguntas que você pode fazer ao seu profissional de saúde:
Como evolui o lipoma?
Como diferencio o lipoma da lipomatose?
LUXAÇÃO RECIDIVANTE DO OMBRO
O que é?
A luxação do ombro (luxação gleno-umeral) é a perda da relação anatômica normal entre a cabeça do úmero e o ombro (cavidade glenóide). Quanto à etiologia, pode ser traumática ou atraumática.
A traumática ocorre após o mecanismo violento em pacientes com estrutura óssea e cápsuloligamentar previamente íntegros. Nesses casos, geralmente ocorre desinserção ou ruptura desses estabilizadores da articulação, o que pode levar à recorrência da patologia.
Na atraumática há alterações preexistentes que favorecem a luxação (ou subluxação) mesmo na ausência de grande trauma. Esses pacientes geralmente apresentam hipermobilidade geral em outras articulações.
O que se sente?
Após o tratamento de um episódio inicial com redução e imobilização temporária, o paciente refere que sente insegurança para determinadas atividades e movimentos (geralmente abdução e rotação externa, pois a instabilidade anterior é mais freqüente). Pode ocorrer dor, embora não seja o sintoma mais comum (exceto durante o episódio traumático agudo).
Eventualmente ocorrem novas luxações, e com a progressão da lesão anatômica cada vez o ombro "sai do lugar" com maior facilidade e com menor trauma. Com o passar do tempo, atividades como praticar natação, dirigir um carro ou até pequenos movimentos ao dormir podem causar novo episódio.
Nas instabilidades atraumáticas, geralmente desde a adolescência ou juventude o paciente apresenta uma sensação de insegurança no ombro, que por vezes é bilateral, geralmente multidirecional, e sem episódio traumático agudo. A subluxação com redução espontânea é um achado clínico freqüente nesses casos.
Como se faz o diagnóstico?
O diagnóstico é clínico e a anamnese e o exame físico são fundamentais. A classificação é importante para planejar o tratamento. É importante determinar a etiologia (traumática ou atraumática), a direção (anterior, posterior, multidirecional), além de outras características da instabilidade.
Como se trata?
Inicialmente de forma conservadora, que consiste em reforço muscular compensatório. Os músculos da cintura escapular auxiliam na estabilização dinâmica do ombro e sua força e função adequadas são fundamentais no tratamento. As luxações atraumáticas (geralmente bilaterais e multidirecionais) respondem melhor ao tratamento conservador.
Na maioria das luxações traumáticas e nas atraumáticas que não respondem ao tratamento está indicada cirurgia. Há várias técnicas cirúrgicas, sendo que as melhores e mais atuais preconizam correção da lesão fundamental de Bankart (desinserção da cápsula anterior e do labrum Juno à glenóide), quando essa estiver presente, associada ou não a uma capsuloplastia.
Como se previne?
Nos pacientes com hipermobilidade global, o treinamento muscular adequado pode ser eficaz. É difícil prever a ocorrência de uma luxação traumática, embora um condicionamento físico adequado seja sempre útil, especialmente em atletas. Uma vez ocorrida a luxação traumática, é grande a possibilidade de se tornar recidivante, principalmente em jovens.
Ivo Lopes e Rafael Lopes
17-04-2012